(TEC - J) Templo Espírita Cristão do Japão
Umbanda - Aumbandhan
01) - etimologia da palavra
01-1) - umbanda (primeira origem)
O termo “Umbanda” ou “embanda” são oriundos da língua quimbundo (kimbundo), segunda língua banta mais falada em Angola, significando “magia”, na prática ou “arte de curar”. Acreditamos que a origem dessa palavra, refere-se a um mantra na Língua adâmica (registrado no Midrash) cujo significado seria “conjunto ou sistema das leis Divinas”. Lembramos que as palavras são a roupagem do pensamento do espírito, por isso precisamos dar valor ao seu significado. A língua adâmica seria a linguagem criada por Adão com a qual deu o nome de todas as coisas (incluindo Eva), como em Gênesis - 02:19, portanto a linguagem universal (início de todos os alfabetos), como vamos poder observar a seguir.
01-2) - UMBANDA (segunda ORIGEM)
Os radicais que compõem a palavra UMBANDA são respectivamente: AUM–BAN-DAN. Sua tradução pode ser comprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattãnico, revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint Yves d´Alveydre na sua obra: (O ARQUEÔMETRO)
01-3) - AUMBANDHAN – UMBANDHÃ (terceira origem - raiz)
Para compreender o significado de uma palavra, temos que entender o que ela representa e qual é a mensagem que ela simboliza, qual é o seu real valor.
E para descobrir esse valor, vamos primeiramente associar as palavras AUMBANDHAN, UMBANDHÃ e UMBANDA com a palavra KIMBANDA (QUIMBANDA KYNBANDA), de origem KIMBUNDO (QUIMBUNDO), pertencente ao tronco linguístico BANTU, que na África significa “sacerdote do culto de origem banta que pratica a cura e a proteção espiritual”.
AkwaKimbundu são os povos que atualmente habitam as regiões de Luanda, Bengo, Cuanza Norte, Cuanza Sul e Malanje.
Em kimbundu, Akwa quer dizer “os”, “os de”, “os pertencentes a”, e que, junto à palavra kimbundu, quer dizer “os falantes do Kimbundu”, “os do Kimbundu” ou ainda “os pertencentes ao Kimbundu”.
O curandeirismo surgiu nas cidades da antiguidade. Com o avanço da história, muitas de suas práticas começaram a se combinar com elementos e ações da medicina ocidental ou científica, gerando um sincretismo. Contudo, na visão de mundo africana, existe uma distinção entre “feitiçaria” e práticas de cura. O entendimento do segundo termo estaria associado à ideia de que existem “forças ocultas” que podem causar doenças, morte, desequilíbrio social e ecológico. Tal força pode ser manipulada por pessoas que podem ser identificadas por nyangas, especialistas no assunto, por isso o conhecimento das ervas e evocação dos espíritos seria necessário para favorecer a cura e a proteção contra essas forças agressoras. Os termos “curandeirismo” e “feitiçaria” são heranças da colonização. Trata-se de palavras estrangeiras que, em Moçambique, assim como em outros países da África, acabaram sendo incorporadas ao falar cotidiano local de seus povos, de forma que feitiçaria ficou atribuído as pessoas que praticavam o O vodum (AFI: [vodṹ]) da África Ocidental, também chamado vudu ou vodu é uma religião tradicional da costa da África Ocidental, da Nigéria a Gana. Digamos que houve uma adoção dos termos, com reinvenção de seus significados, porém ainda existem grandes equívocos entre um e o outro. A experiência das “práticas de cura” possuía nomes e matizes próprios a depender do local, podendo ser chamada de uloy, ningori, mungoi ou nengue wa suna. De forma que os Kimbandeiros africanos praticavam puramente a cura e não a feitiçaria. Essa prática e a palavra "kimbanda - termo corresponde ao nganga, da língua Quicongo" são uma herança de seus antepassados. O termo se distingue de outro como o quimbundo muloji e o quicongo ndoki, que designam o "feiticeiro", agente de práticas que objetivam malefícios.
Os rios Bengo, kwanza, Ndanji, lagoa da Ibendua e outros cursos de água, fazem parte do grande misticismo do Bengo, pela crença popular na kianda (singular de yanda) a divindade feminina da mitologia Banto, que vive nas aguas do planeta. Rituais da Sagrada Tradição angolana, são realizados, desde os tempos mais remotos, nos rios e lagoa aqui mencionados. Artes curativas tradicionais são mais uma evidência do misticismo do Bengo. Umbanda é uma das artes de curar desenvolvida e praticada pelos povos banto, e continuada pelos seus descendentes, os angolanos. A Umbanda é praticada em toda Angola e na diáspora banto, como parte dos sistemas religiosos dos povos banto e angolano.
O grão-sacerdote chama-se quimbanda (ki-mbanda), ao mesmo tempo médico, e consultor espiritual. Em Angola, fazem os negros a distinção entre o “Kimbanda Kia Dihamba”, o verdadeiro chamador ou invocados dos espíritos e o “Kimbanda Kia Kusaka” ou curandeiro que cura as doenças. Costumam, ainda, em algumas regiões de Angola, fazer a distinção entre o “Nganga” ou “Ganga” (derivado do “nganga”, senhor) que seria o médico principal, o verdadeiro sacerdote e o Quimbanda o curandeiro. No Brasil o mesmo Embanda (Imbanda) cumpre as duas funções. Em Angola a palavra Imbanda (Embanda) é o plural de Kimbanda. Já ‘Mbanda (Umbanda) é a arte de curar desenvolvida e praticada pelos Imbanda” banto, de Angola, passada por tradição oral de geração em geração com bastante zelo. Esta arte ainda é praticada em toda Angola como parte do sistema religioso tradicional. Muitas gerações angolanas foram salvas de pestes, epidemias, doenças incuráveis, doenças espirituais e emocionais, por meio desta arte milenar de curar. Desde tempos mais remotos Angola foi sempre terra de muitas artes curativas, praticadas pelos Imbanda, também conhecidos como Otyimbanda (curandeiros).
NOTA: Muitos autores, dentro de um grande equívoco, citam, por exemplo, a chamada “kimbanda malei”, sendo esta oriunda da “má lei” para alguns ou do termo malê (do yorùbá Ìmàlè), que designa o seguidor da religião islâmica, dizendo que a Kimbanda seria a reunião das práticas dos feiticeiros muçulmanos. COMO VIMOS E EXPLICAMOS, ISSO NÃO É VERDADE!
Também vamos tentar associá-la as interpretações até o momento, de vários autores espiritualistas, no esforço de tentar esclarecer seu significado em sua raiz, e buscar sua compreensão por meio do exemplo de vida de vários missionários da nossa história que se dedicaram com amor em favor do próximo.
Nosso foco principal será Pai Benedito de Aruanda (Sanat Kumara) mas, abordaremos também a vida missionária de outros grandes vultos da seara de trabalho do Cristo Jesus.
São eles: Zoroastro - Pérsia (Caboclo das Sete Encruzilhadas); Hermes - Egito (Exú Capa Preta); Confúcio - China (Shinryo-San); Paulo de Tarso (Pai João de Aruanda), entre outros tantos abnegados trabalhadores em Cristo Jesus.
Segundo nos orienta Pai Benedito de Aruanda, a raiz da palavra Aumbandhan está preservada no Sânscrito védico, antiga língua indiana que contém inúmeras informações de civilizações que habitaram o planeta cerca de 2.000 anos a.C.
Porém, essas informações que eram transmitidas de forma oral, mais tarde passaram a ser transcritas através do alfabeto védico.
O prefixo (AUM) - É um símbolo espiritual que resume o sentido da vida - A DIVINDADE SUPREMA:
1 - DEUS - Suas Leis ou as Verdades Divinas (o princípio);
2 - Os Espíritos de todo o ser vivente criado (a criação);
3 - O momento em que, por meio do aperfeiçoamento, do burilamento moral e intelectual, a criatura retorna ao Criador em Conhecimento e Verdade, se tornando singularmente UNO.
Para melhor compreendermos o significado de (AUM), vamos utilizar o seguinte exemplo:
Deus é o arco; a flecha é o espírito; e o momento em que a flecha atinge o alvo é a nossa união com Deus.
Portanto, a essência de nossas vidas ou o sentido de nossas vidas é nossa união com Deus.
"Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.
Carta de Paulo aos Filipenses 3:12-14"
Os sufixos (BAN - DHAN) - Representam o ritual mais sublime no qual a criatura louva a Deus em cânticos de alegria e amor, uns pelos outros, e a perfeita união com Deus. Dentro de um sistema de vida planetária, regido por Leis de Amor e Justiça, o homem reencontrará ou há de despertar para a sua ligação com tudo, e todos os reinos da vida, com seu próximo, e seu semelhante, e consequentemente com Deus.
É assim que em reuniões sagradas os Mestres dos tempos que o homem esqueceu ensinavam a humanidade por meio dessa sublime prática de louvor.
"Louvem com alegria o Senhor, todos os habitantes da Terra.
Que o vosso júbilo se manifeste bem alto, expandindo-se plenamente, e com cânticos de louvor." Salmos 98,4
O desejo do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas, fundador da UMBANDA no Brasil, era nomear a nova religião de AUMBANDHAN, relembrando as mais antigas e sagradas manifestações de fé, amor e verdade.
A etimologia ou seja, o sentido da palavra AUMBANDHAN, não mudou, apesar de pronunciarmos hoje com o nome de UMBANDA a nova religião.
Seu valor está exemplificado nas virtudes da humildade de um Preto Velho, na simplicidade de um Caboclo ou na alegria e pureza de uma Criança (Erê) no solo santo de um Templo verdadeiro de UMBANDA.
A UMBANDA será a última religião do planeta.
Ela sincretiza em si as mesmas verdades expressas nas principais vertentes religiosas do planeta em uma única e acessível linguagem para todos, HUMILDADE, SIMPLICIDADE E A PUREZA DE CORAÇÃO, esses são os três pilares fundamentais representados no arquétipo do Preto Velho (humildade), Índio - Caboclo (simplicidade) e a Criança (pureza de coração).
A Umbanda leva a criatura humana ao despertar das percepções mais sutis do espírito, como nos ajuda na prática dos valores morais em potencial no nosso interior, nos integrando ao Deus Pai de todos nós.
Após o Congresso Umbandista de 1941, declarou-se que “umbanda” vinha das palavras do sânscrito Aum e Bhanda (Bhandan), termos que foram traduzidos como “o limite no ilimitado”, “Princípio divino, luz radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante.”
No que diz respeito às questões doutrinárias e rituais, desde a realização do Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda (1941), as relações sempre foram tensas entre o grupo que defendia o rompimento da umbanda com as práticas mais africanizadas e aqueles que delas não abriam mão. Ao tentar normatizar o culto, a fim de minimizar as perseguições policiais, a federação acabou classificando como heréticos aqueles que fugissem à ortodoxia por ela fixada. Em resposta, o umbandista Tancredo da Silva Pinto dizia que achava graça quando ouvia os “líderes da Umbanda Branca” dizendo que a religião sofre influência das tradições africanas. Para ele “a Umbanda é africana, é um patrimônio da raça negra”. Tancredo da Silva Pinto, inclusive, rompeu com a FEU e fundou a Congregação Espírita de Umbanda do Brasil (CEUB), na década de 1950.
Contudo, nos dias de hoje, o Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas nos fala da necessária UNIÃO DE TODOS, para juntos cumprirmos como missionários, o MEDIUNATO (missão providencial dos médiuns).
Nos relembra a seguinte lição: ESE - ESPÍRITO DE VERDADE Paris, 1862
III – Os Obreiros do Senhor
5 – Chegastes no tempo em que se cumprirão as profecias referentes à transformação da Humanidade. Felizes serão os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse, e movidos apenas pela caridade! Suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que tenham esperado. Felizes serão os que houverem dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos, e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, na sua vinda, encontre a obra acabada”, porque a esses o Senhor dirá: Vinde a mim, vós que sois os bons servidores, vós que soubestes calar os vossos melindres e as vossas discórdias, para que a obra não sofresse!”.
Mas infelizes os que, por suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, porque a tempestade chegará e eles serão levados no turbilhão! Nessa hora clamarão: “Graça! Graça!” Mas o Senhor lhes dirá: “Por que pedis graça, se não tivestes piedade de vossos irmãos, se vos recusastes a lhes estender as mãos, e se esmagastes o fraco em vez de o socorrer? Por que pedis graça, se procurastes a recompensa nos prazeres da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebeste a vossa recompensa, de acordo com a vossa vontade. Nada mais tendes a pedir. As recompensas celestes são para aqueles que não houverem pedido recompensas da Terra”.
Deus faz, neste momento, a enumeração dos seus servidores fiéis. E já marcou pelo seu dedo os que só têm a aparência do devotamento, para que não usurpem o salário dos servidores corajosos. Porque é a esses, que não recuaram diante de sua tarefa, que vai confiar os postos mais difíceis, na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. E estas palavras se cumprirão: “Os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus!”
02) - Origem da umbanda
A manifestação de espíritos de negros e de índios ocorria espontaneamente nos rituais da macumba desde meados do século XIX. Longe de ser um culto organizado, a macumba era um agregado de elementos da cabula banto, do culto aos orixás jeje-nagô, das Pajelanças de tradições indígenas e do sincretismo com o catolicismo popular, e sem o suporte de uma doutrina e liturgia para lhe dar forma. É que desse conjunto heterogêneo, acrescida de informações da Doutrina Espírita, que nascerá uma nova religião: a UMBANDA.
Mas qual a origem da umbanda?
O umbandista Matta e Silva, nas primeiras páginas do livro "Umbanda de Todos Nós" (1996:33-34), apresenta um revisão bibliográfica de algumas obras de Nina Rodrigues, João do Rio e Manuel Querino nas quais não encontra qualquer registro ao termo umbanda. A mesma ausência será observada nas obras de Donald Pierson, "Brancos e Negros na Bahia" (1945); Roger Bastide, "Imagens do Nordeste Místico" (1945); e Gilberto Freire, "Estudos Afro-brasileiros" (1934). Somente em Artur Ramos, no livro "O Negro Brasileiro" (1934), que Matta e Silva encontrará o primeiro registro aos termos umbanda e embanda designado chefe do terreiro ou, simplesmente, sacerdote, mas nunca como modalidade religiosa. As referências de Artur Ramos para o significado da palavra umbanda remetem ao folclorista estadunidense Heli Chatelain, "Folk Tales of Angola" (1894), no qual o termo deriva do quimbundo mbanda, significando arte de curar por meio de medicina natural ou da medicina espiritual (Cf. CHATELAIN. Folk Tales of Angola. Apud. MATTA E SILVA. Op. Cit; p. 65). Ao recorrer à obra de Edison Carneiro, "Religiões Negras" (1936), o umbandista encontrou a mesma informação contida em Artur Ramos e o registro de um cântico: "Ké ké min ké umbanda/ Todo mundo min ké/umbanda" (1987:36), o qual Edison Carneiro afirma ter obtido em visita a um "candomblé de caboclo". Entretanto, Matta e Silva (1996:36) estranha que o autor, no livro "Candomblés da Bahia", tanto na edição de 1948 quanto na edição revisada e ampliada publicada em 1954, não faça qualquer referencia aos termos encontrados na década de 1930 (1987:36). Em publicação posterior, "Umbanda e o Poder da mediunidade", Matta e Silva (1987:13) afirma que o termo umbanda, como bandeira religiosa, não aparece antes de 1904. Entretanto, o umbandista comenta que, em 1935, conhecera um médium com 61 anos, de nome de Nicanor, que praticava a umbanda desde os 16 anos – ou seja, desde 1890 –, incorporando o Caboclo Cobra Coral.
O autor umbandista, Diamantino Trindade, reproduziu no livro "Umbanda e Sua História" parte de uma entrevista do jornalista Leal de Souza – publicada no Jornal de Umbanda, em Outubro de 1952 – na qual afirmava que o “precursor da Linha Branca fora o Caboclo Curuguçu, que trabalhou até o advento do caboclo das Sete Encruzilhadas” (TRINDADE, 1991:56).
O termo umbanda será elevado à categoria de religião quando o caboclo das Sete Encruzilhadas, manifestado no médium Zélio de Moraes, no dia 15 de novembro de 1908, anuncia numa sessão kardecista o início de uma nova prática religiosa.
03) - 15 DE NOVEMBRO – ANIVERSÁRIO DA UMBANDA - 115 anos de anunciação
Procuraram então também um padre da família que após
fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado. Tempos depois Zélio
foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não
conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio
ergueu-se do seu leito e declarou: Amanhã estarei curado. No dia seguinte
começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar
como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma
curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que
incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio.
Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas
lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a
caridade. O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não
frequentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante
do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por
sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de
Niterói. Chegando à Federação e convidados por José de Souza, dirigentes daquela
Instituição sentaram-se à mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do
culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o
jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava
o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um
espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram
incorporações de Caboclos e Pretos Velhos.
Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade
incorporada no rapaz perguntou:
“-Porque repelem a presença dos citados espíritos, se
nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens
sociais e da cor”?
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava
perguntou:
-Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a
manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando
encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo
que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura
de luz? E qual o seu nome meu irmão”?
Ele responde:
Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que pretos e
índios poderão dar sua mensagem e, cumprir a missão que o plano espiritual lhes
confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade
que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem
saber meu nome que seja este: “CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS”, porque não há
caminhos fechados para mim.
O vidente ainda pergunta:
- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?
Novamente ele responde:
- Colocarei uma condessa em cada colina desta cidade que atuará como porta-voz,
anunciando o culto que amanhã iniciarei”.
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na Rua Floriano
Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam
presentes os membros da Federação Espírita, parentes e vizinhos e do lado de
fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das
Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
– Aqui se inicia um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos,
que haviam sido escravos e que desencarnaram e não encontram campo de ação nos remanescentes
das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os
trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar
em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, sexo,
credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno será
a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e
como mestre supremo Cristo.
O verdadeiro umbandista vive para a umbanda, e não da umbanda. Vim para criar uma nova religião, fundamentada no Evangelho de Jesus, e que terá Cristo como seu maior mentor. Caboclo das Sete Encruzilhadas, 16/11/1908.
Em outubro de 1941, reúne-se o 1º Congresso de
Espiritismo de Umbanda, presidido por Zélio Fernandino (neste congresso
recebemos a mensagem das Sete Lágrimas de um Preto-Velho trazida por Pai
Antônio). Outros congressos aconteceram, posteriormente, e retiraram
acertadamente o nome espiritismo que, de fato, pertence aos espíritas
brasileiros, os quais seguem a respeitável doutrina codificada por Alan Kardec.
Em suma, o espírita pratica o espiritismo; na Umbanda pratica-se o Umbandismo.
04) - CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS
Pintura Jornal da Umbanda |
05) - Diálogo com os guias
Nossa casa comemorou em (2023/11/15), 32 anos de trabalho espírita e 27 anos de Umbanda no Japão. Com muita alegria, convidamos a todos para participar do encontro com nossos mentores espirituais e a mensagem recebida. (clicar na imagem acima para ver o vídeo no YouTube).
- Mensagem do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas
- Mensagem do Sr. Caboclo Três Flechas
- Mensagem da Sra. Vovó Benedita de Aruanda